terça-feira, 15 de novembro de 2011


2 Principais sinais e sintomas encontrados no disléxico
Segundo a ABD, como a dislexia é genética e hereditária, se a criança possuir pais ou outros parentes disléxicos quanto mais cedo for realizado o diagnóstico melhor para os pais, à escola e à própria criança. A criança poderá passar pelo processo de avaliação realizada por uma equipe multidisciplinar especializada, mas se não houver passado pelo processo de alfabetização o diagnóstico será apenas de uma "criança de risco".
Alguns sinais e sintomas podem ser observados desde cedo, são dados primários que não são suficientes para fechar um relatório definitivo, mas servem como premissa para detectar se a criança é disléxica.
A ABD atenta para os seguintes sintomas:
Haverá sempre:

ü  dificuldades com a linguagem e escrita ;

ü  dificuldades em escrever;

ü  dificuldades com a ortografia;

ü  lentidão na aprendizagem da leitura;

Haverá muitas vezes :

ü  disgrafia (letra feia);

ü  discalculia, dificuldade com a matemática, sobretudo na assimilação de símbolos e de decorar tabuada;

ü  dificuldades com a memória de curto prazo e com a organização;

ü  dificuldades em seguir indicações de caminhos e em executar sequências de tarefas complexas;

ü  dificuldades para compreender textos escritos;

ü  dificuldades em aprender uma segunda língua.

Haverá às vezes:

ü  dificuldades com a linguagem falada;

ü  dificuldade com a percepção espacial;

ü  confusão entre direita e esquerda.

Na fase escolar, é necessário atentar para saber se a criança continua apresentando alguns ou vários dos sintomas a seguir, para que seja realizado um diagnóstico e acompanhamento adequado, para dar seguimento nos estudos junto com os demais colegas tendo menos prejuízo emocional:

ü  Dificuldade na aquisição e automação da leitura e escrita;

ü  Pobre conhecimento de rima (sons iguais no final das palavras) e aliteração (sons iguais no início das palavras);

ü  Desatenção e dispersão;

ü  Dificuldade em copiar de livros e da lousa;

ü  Dificuldade na coordenação motora fina (desenhos, pintura) e/ou grossa (ginástica, dança,etc.);

ü  Desorganização geral, podemos citar os constantes atrasos na entrega de trabalhos escolares e perda de materiais escolares;

ü  Confusão entre esquerda e direita;

ü  Dificuldade em manusear mapas, dicionários, listas telefônicas, etc...

ü  Vocabulário pobre, com sentenças curtas e imaturas ou sentenças longas e vagas;

ü  Dificuldade na memória de curto prazo, como instruções, recados, etc...

ü  Dificuldades em decorar sequências, como meses do ano, alfabeto, tabuada, etc..

ü  Dificuldade na matemática e desenho geométrico;

ü  Dificuldade em nomear objetos e pessoas (disnomias);

ü  Troca de letras na escrita;

ü  Dificuldade na aprendizagem de uma segunda língua;

ü  Problemas de conduta como: depressão, timidez excessiva ou o ‘'palhaço'' da turma;

ü  Bom desempenho em provas orais.

Na Lei 9.394/96 (LDB)
Art. 12 - Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: I - elaborar e executar sua Proposta Pedagógica; V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento.
Art. 13 - Os docentes incumbir-se-ão de:III, zelar pela aprendizagem dos alunos; IV, estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento.
Art. 23 - A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar.
Art. 24, V, a) avaliação contínua e cumulativa; prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período
Lei 10.172 de 9 de janeiro de 2001 - Plano Nacional de Educação - Capítulo 8 - da Educação Especial:
8.2 - Diretrizes
A educação especial se destina a pessoas com necessidades especiais no campo da aprendizagem, originadas quer de deficiência física, sensorial, mental ou múltipla, quer de características como de altas habilidades, superdotação ou talentos.
A integração dessas pessoas no sistema de ensino regular é uma diretriz constitucional (art. 208, III), fazendo parte da política governamental há pelo menos uma década. Mas, apesar desse relativamente longo período, tal diretriz ainda não produziu a mudança necessária na realidade escolar, de sorte que todas as crianças, jovens e adultos com necessidades especiais sejam atendidos em escolas regulares, sempre que for recomendado pela avaliação de suas condições pessoais. Uma política explícita e vigorosa de acesso à educação, de responsabilidade da União, dos Estados e Distrito Federal e dos Municípios, é uma condição para que às pessoas especiais sejam assegurados seus direitos à educação. Tal política abrange: o âmbito social, do reconhecimento das crianças, jovens e adultos especiais como cidadãos e de seu direito de estarem integrados na sociedade o mais plenamente possível; e o âmbito educacional, tanto nos aspectos administrativos (adequação do espaço escolar, de seus equipamentos e materiais pedagógicos), quanto na qualificação dos professores e demais profissionais envolvidos. O ambiente escolar como um todo deve ser sensibilizado para uma perfeita integração. Propõe-se uma escola integradora, inclusiva, aberta à diversidade dos alunos, no que a participação da comunidade é fator essencial. Quanto às escolas especiais, a política de inclusão as reorienta para prestarem apoio aos programas de integração.
Requer-se um esforço determinado das autoridades educacionais para valorizar a permanência dos alunos nas classes regulares, eliminando a nociva prática de encaminhamento para classes especiais daqueles que apresentam dificuldades comuns de aprendizagem, problemas de dispersão de atenção ou de disciplina. A esses deve ser dado maior apoio pedagógico nas suas próprias classes, e não separá-los como se precisassem de atendimento especial.
Parecer CNE/CEB nº 17/2001 / Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001.
O quadro das dificuldades de aprendizagem absorve uma diversidade de necessidades educacionais, destacadamente aquelas associadas a: dificuldades específicas de aprendizagem como a dislexia e disfunções correlatas; problemas de atenção, perceptivos, emocionais, de memória, cognitivos, psicolingüísticos, psicomotores, motores, de comportamento; e ainda há fatores ecológicos e socioeconômicos, como as privações de caráter sóciocultural e nutricional.
O disléxico já rompeu muitas barreiras na sua luta contra discriminação, para ser tratado de forma "normal", tendo respeitado sua limitações e individualidades, mas muita coisa ainda precisa ser modificada principalmente na área educacional.

1.Conceito de Dislexia

De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia, a definição tem origem no grego e no latim, DIS – distúrbio, LEXIA - (do latim) leitura; (do grego) linguagem, portanto dislexia significa dificuldades apresentadas na leitura e escrita.

A definição mais usada na atualidade é a do Comitê de Abril de 1994, da International Dyslexia Association - IDA, que diz:

Dislexia é um dos muitos distúrbios de aprendizagem. É um distúrbio específico da linguagem, de origem constitucional, caracterizado pela dificuldade de decodificar palavras simples. Mostra uma insuficiência no processo fonológico. Estas dificuldades de decodificar palavras simples não são esperadas em relação a idade. Apesar de submetida a instrução convencional, adequada inteligência, oportunidade sócio-cultural e não possuir distúrbios cognitivos e sensoriais fundamentais, a criança falha no processo de aquisição da linguagem. A dislexia é apresentada em várias formas de dificuldade com as diferentes formas de linguagem, freqüentemente incluídas problemas de leitura, em aquisição e capacidade de escrever e soletrar.

A dislexia não é uma doença, é um distúrbio de aprendizagem congênito que interfere de forma significativa na integração dos símbolos linguísticos e perceptivos. Acomete mais o sexo masculino que o feminino, numa proporção de 3 para 1 (ALMEIDA, s/d).

As pessoas disléxicas apresentam um funcionamento peculiar do cérebro para os procedimentos linguísticos relacionados à leitura, tendo dificuldade de associação do símbolo gráfico, com o som que elas representam e organizá-las, mentalmente, numa sequência temporal. O disléxico não consegue reconhecer imediatamente a palavra: Diante disso, a dificuldade na compreensão dos textos.

Esse transtorno de aprendizagem é um dos grandes obstáculos nas salas de aulas brasileiras que impedem o pleno desenvolvimento da leitura e da escrita de milhares de crianças que estão em fase de alfabetização. Mas, é necessário chamar atenção, que nem todas as crianças que apresentam dificuldades na leitura e escrita, são disléxicas, em muitos casos é a deficiência da própria escola.

Border (1973) classifica a dislexia como sendo disfonética, diseidética e mista. Mattis (1975) classifica-as como dislexia com alterações primária da linguagem, dislexia com transtorno articulatório grafomotor e dislexia com transtorno visoperceptivo.

Outra classificação apresentada por Almeida distingue a dislexia em três tipos:

DISLEXIA ACÚSTICA: manifesta-se na insuficiência para a diferenciação acústica (sonora ou fonética) dos fonemas e na análise e síntese dos mesmos, ocorrendo omissões, distorções, transposições ou substituições de fonemas. Confundem-se os fonemas por sua semelhança articulatória.

DISLEXIA VISUAL: Ocorre quando há imprecisão de coordenação viso-especial manifestando-se na confusão de letras com semelhança gráfica. Não temos dúvida que o primeiro procedimento dos pais e educadores é levar a criança a um médico oftalmologista.

DISLEXIA MOTRIZ: evidencia-se na dificuldade para o movimento ocular. Há uma nítida limitação do campo visual que provoca retrocessos e principalmente intervalos mudos ao ler.

Cabe destacar, que a dislexia é uma condição hereditária com alterações genéticas, apresentando ainda alterações no padrão neurológico. Existem muitos mitos sobre a dislexia que precisam ser abandonados. A dislexia não é o resultado de má alfabetização, desatenção, desmotivação, condição sócio-econômica ou baixa inteligência.

A dislexia também pode ser adquirida, quando uma pessoa tiver um traumatismo craniano, doenças neurológicas graves ou problemas emocionais severos, ela poderá apresentar um grande transtorno em sua aprendizagem e consequentemente na leitura, mas com causa evidente.

Por ser caracterizada por muitos fatores é que o diagnóstico da dislexia deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar. Para que seja possível oferecer condições de um acompanhamento mais efetivo das dificuldades após o diagnóstico, direcionando-o às particularidades de cada indivíduo, levando a resultados mais concretos. Esse diagnóstico é de grande relevância para nortear o trabalho do professor, como também ajuda na relação familiar da criança disléxica.

A criança com dislexia, está amparada na legislação brasileira sobre a égide da Lei 8.069, de 13 de julho de 1990 (ECA), da Lei 9.394/96 (LDB), da Lei 10.172 de 9 de janeiro de 2001 - Plano Nacional de Educação - Capítulo 8 - Da Educação Especial e do Parecer CNE/CEB nº 17/2001 / Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001.

Na Lei 8.069, de 13 de julho de 1990 (ECA) - artigo 53, incisos I, II e III:

segunda-feira, 14 de novembro de 2011


A dislexia costuma ser identificada nas salas de aula durante o processo de alfabetização, sendo comum provocar uma defasagem inicial de aprendizado.

Diante disso, os objetivos deste trabalho são: compreender o conceito de dislexia e suas implicações no desenvolvimento da aprendizagem do educando, abordando suas causas e sintomas facilitando, assim, seu diagnóstico inicial; sugerir os procedimentos que a escola deve seguir para trabalhar com o aluno disléxico e, por fim, apresentar sugestões para ajudar a criança disléxica no convívio familiar e escolar.

Para um melhor entendimento, o trabalho está estruturado em quatro segmentos: inicialmente será abordado o conceito de Dislexia, onde será apresentada sua classificação e a legislação nacional sobre o tema. Num segundo momento serão abordados os principais sinais e sintomas para identificar a dislexia. Em seguida, trataremos da inclusão escolar do disléxico no espaço escolar, mostrando a necessidade da escola estar preparada para receber esse público, que necessita de professores capacitados, que possam efetivamente lidar com suas necessidades, criando metodologias eficientes, respeitando a individualidade de cada um. Logo após, foi abordado a questão da dislexia no contexto familiar, a relevância do papel que a família desempenha na vida de um disléxico, respeitando seus limites e valorizando suas potencialidades. Por fim, têm-se as considerações finais.

O presente artigo, visa ajudar aos professores no trabalho cotidiano do aluno com dislexia, contribuindo com informações e metodologias voltadas para a inclusão do aluno disléxico em turmas regulares, assegurando uma formação de qualidade, sem qualquer discriminação e, consequentemente, facilitando sua vida acadêmica.

Dificuldade de aprendizagem: A Dislexia em questão
Maria Ranilda Duarte Rodrigues[1]
Samara Izabel Dantas de Oliveira
Resumo
Esta pesquisa tem como objetivo trabalhar com a dislexia, apresentando seu conceito, sua classificação como forma de auxiliar os professores e a família, facilitando o diagnóstico e entendimento desse distúrbio de aprendizagem que afeta no Brasil, cerca de 40% das crianças em séries iniciais de alfabetização, e, em países mais desenvolvidos, a porcentagem diminui 20% em relação ao número total de crianças também em séries iniciais. Diante disso, a importância do conhecimento sobre essa dificuldade de aprendizagem, para que a escola, os professores, juntamente com a família possam trabalhar este aluno de maneira "distinta", para fazer com que este consiga amenizar esse distúrbio de aprendizagem, possibilitando o desenvolvimento de sua capacidade intelectual, respeitando seus limites e valorizando seu potencial.

Palavras-chave: Educação, dislexia, dificuldade de aprendizagem.
Abstract
This research has as objective to work with the dislexia, being presented its concept, its classification as form of assisting the professors and the family facilitating the diagnosis and agreement of this riot of learning that affects in Brazil, about 40% of the children in initial series of alfabetização, and, in developed countries more, the percentage also diminishes 20% in relation to the total number of children in initial series. Ahead of this, the importance of the knowledge on this difficulty the learning to help in the process of socialization with the too much colleagues, as well as to make possible the development of its intellectual capacity, respecting its limits and valuing its potential.
Keywords: Education, dislexia, difficulty of learning.
Introdução
Dentre as dificuldades de aprendizagem, encontra-se com maior recorrência a dificuldade denominada dislexia, para caracterizar as pessoas que apresentam limitações no tocante à leitura e à escrita. A dislexia é um transtorno genético e hereditário presente em aproximadamente 10% da população mundial.
Historicamente, a dislexia foi identificada pela primeira vez por BERKLAN em 1881. O termo 'dislexia' foi cunhado em 1887 por Rudolf Berlin, um oftalmologista de Stuttgart, Alemanha.  Ele usou o termo para se referir a um jovem que apresentava grande dificuldade no aprendizado da leitura e escrita, ao mesmo tempo, em que apresentava habilidades intelectuais normais em todos os outros aspectos (WIKIPÉDIA, 2010).
Em 1896, W. Pringle Morgan, um físico britânico de Seaford, na Inglaterra, publicou uma descrição de uma desordem específica de aprendizado na leitura no British Medical Journal, intitulado "Congenital Word Blindness". O artigo descreve o caso de um menino de 14 anos de idade que não havia aprendido a ler, demonstrando, contudo, inteligência normal e que realizava todas as atividades comuns de uma criança dessa idade (WIKIPÉDIA, 2010).
Durante as décadas de 1890 e início de 1900, James Hinshelwood, oftalmologista escocês, publicou uma série de artigos nos jornais médicos descrevendo casos similares (WIKIPÉDIA, 2010).
Um dos pesquisadores principais a estudar a dislexia foi Samuel T. Orton, um neurologista que trabalhou inicialmente em vítimas de traumatismos. Em 1925, Orton conheceu o caso de um menino que não conseguia ler e que apresentava sintomas parecidos aos de algumas vítimas de traumatismo. Orton estudou as dificuldades de leitura e concluiu que havia uma síndrome não correlacionada a traumatismos neurológicos que provocava a dificuldade no aprendizado da leitura. Orton chamou essa condição por strephosymbolia (com o significado de 'símbolos trocados') para descrever sua teoria a respeito de indivíduos com dislexia. Orton observou também que a dificuldade em leitura, aparentemente, não estava correlacionada com dificuldades estritamente visuais. Ele acreditava que essa condição era causada por uma falha na lateralização do cérebro. A hipótese, referente à especialização dos hemisférios cerebrais de Orton, foi alvo de novos estudos póstumos na década de 1980 e 1990, estabelecendo que o lado esquerdo do planum temporale, uma região cerebral associada ao processamento da linguagem é fisicamente maior que a região direita nos cérebros de pessoas não disléxicas; nas pessoas disléxicas, contudo, essas regiões são simétricas ou mesmo ligeiramente maior no lado direito do cérebro (WIKIPÉDIA, 2010).