domingo, 7 de agosto de 2011

1.3 A EQUOTERAPIA NO BRASIL



A partir da década de 1970, é possível encontrar referências dos primeiros estudiosos que iniciaram a busca pelos conhecimentos relacionados à utilização do cavalo como recurso terapêutico e que iniciaram essa prática no Brasil. Pode-se destacar o grupo que hoje compõe a
ANDE - Brasil (Associação Nacional de Equoterapia- Brasilia) e Gabriele Brigitte Walter.
Gabriele Walter, fisioterapeuta, equitadora e psicóloga, contribuiu muito para a introdução da equoterapia no Brasil, participou dos congressos de normatização da equoterapia acontecidos na Europa entre 1968 e 1982 e montou no Brasil um centro de pesquisas e ensino. Na década de 80 iniciou-se a divulgação desse projeto por meio de palestras, e em 1988 foi realizada a primeira viagem à Europa em busca de conhecimento para uma futura estruturação da atividade no país.
Em 1989 foram criadas a ANDE - Brasil ( Associação Nacional de Equoterapia) e a palavra equoterapia (registrada na INPI - Instituto Nacional de Propriedade Industrial)  para caracterizar todas as práticas que utilizam o cavalo como técnica de equitação e atividades equestres, objetivando a reabilitação e/ou a educação de pessoas com deficiência. Em 1997, a equoterapia foi reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina.
Assim, no Brasil, a prática da equoterapia existe há 30 anos, sob influência do modelo europeu.     
(S. Cavalcanti Aparecida Valéria Calil Cordeiro e Fernando S. Cavalcanti, cap 53, Terapia Ocupacional fundamentação e prática, 2007).
A equoterapia é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdiciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas portadoras de deficiência e/ou necessidades especiais (Ande- Brasil, 1999 p.33).

1.2. ATIVIDADES LÚDICAS

As atividades das crianças são essencialmente lúdicas e têm como função primordial a descoberta do mundo que rodeia, promovendo o seu desenvolvimento.
O cavalo e seu ambiente podem constituir um contexto lúdico para as crianças na medida em que é formado o vínculo afetivo e há motivação na realização dessa atividade, podendo ser uma oportunidade de descobertas por meio de atividades diretas.
O ambiente em que o cavalo vive de um modo geral é bem diferente do habitual de uma clínica de reabilitação, podendo ser constituídos por árvores com frutos e flores, animais, insetos, lagos, pontes e campos, compondo um cenário harmônico e interessante, que pode constituir em um objeto lúdico que leva a criança para um mundo de magia e sonho.
Considerando o interesse por coisas novas, o ambiente do cavalo é muito propício para essas atividades, como o passeio às baias (casa do cavalo), à "floresta", ao lago, ao campo, constituindo-se em um movimento muito divertido.
O contato com o cavalo também é uma oportunidade para a criança brincar diretamente com a crina do animal, colocando prendedores, fitas, ligas, passando gel, spray de tinta.
As atividades lúdicas também podem ser realizadas em grupo, como jogar bola, jogar bola no cesto, colocar argolas nos cones, contar histórias, cantar, dançar, favorecendo a socialização.
Inúmeras denominações são usadas na Europa. Na França é referida como equoterapie e equitation thérapeutique, na Inglaterra e nos países de língua inglesa ou de grande influência inglesa, usa-se o termo equitação para deficientes, e na Itália, terapia por meio do cavalo.
No Brasil, o termo utilizado é equoterapia, e tem crescido nos centros urbanos e rurais, sendo suas atividades mais comumente realizadas em centros ; a atuação no âmbito hospitalar ainda é rara.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Página 18. Continuação TCC!!!

Uma série de materiais adaptados é sugerida para uso na equoterapia, como a manta-gel, que tem como função proporcionar instabilidade e aumento do estímulo sensitivo, devido à sua espessura fina. A cilha alta com dois estribos ofecere apoio, estabilidade e segurança ao praticante e ao terapeuta e, também diversificação de posicionamentos. A rédea adaptada tem como função a condução do cavalo para praticantes com dificuldades de preensão.
As atividades realizadas no contexto equoterápico devem ser planejadas simples com poucas etapas e adequadas às necessidades dos praticantes. É importante também que os materiais estejam dispostos facilmente para permitir melhor adequação do grupo e dos profissionais à atividade proposta.
O material mais adequado é o plástico e seus derivados, pois oferecem boa resistência e são facilmente laváveis. O ideal é que sejam objetos leves, para facilitar o manuseio e não oferecer risco de machucar a criança, o terapeuta e o cavalo.
Objetos muito pequenos que exijam uma habilidade muito refinada do praticante devem ser evitados, pois a instabilidade da postura proporcionada pelo movimento do cavalo mesmo quando ele está parado torna o manuseio difícil. Os objetos de tamanho médio, desde que tenham uma área para preensão, também podem ser utilizados,pois permitem atividades motoras amplas.
Atividades que exijam uma base de apoio estável para serem realizadas, como, por exemplo, massa de modelar, pintura, colagem, não são indicadas nesse contexto, pois a base móvel do cavalo não oferece estrutura para sua realização.
Materiais que fazem barulho (dependendo do tipo) podem assustar o cavalo. O equitador e o terapeuta ocupacional devem solucionar os materiais mais adequados para serem utilizados nesse contexto.
Todo material utilizado durante a sessão de equoterapia deve ser apresentado ao cavalo através do contexto com sua pele ou colocado próximo às suas narinas, para que ele possa cheirar e fazer o seu reconhecimento, evitando assim que se assuste ou considere a aproximação do objeto uma situação de perigo. Trombly (2007).