domingo, 27 de março de 2011

Terapia Ocupacional e Inclusão Social


Terapia Ocupacional e Inclusão Social
Terapia Ocupacional e Deficiência Mental
pensando a ação sob uma ótica sócio-interacionista
Terapia Ocupacional e Deficiência Mental um caminho em direção à independência: A Terapia Ocupacional tem como eixo fundamental a compreensão da ação humana. Essa ação, humana porque consciente e significativa, é constituinte do sujeito: podemos dizer que o homem se constrói em sua ação no mundo (Bartalotti, 1995).
Segundo Vygotsky (1991), o desenvolvimento humano é um processo sócio-cultural: o homem se desenvolve a partir da apropriação que faz da cultura, apropriação esta que só é possível mediante um processo de relação com outros homens. Nesta perspectiva, o desenvolvimento não é um processo puro e simples de acumulação, mas um processo dinâmico de transformações que se dão tanto no nível físico como, e primordialmente, no nível psicológico. A criança que se apropria do mundo se constrói como indivíduo, libertando-se, pouco a pouco, da prisão do determinismo biológico e tomando posse das possibilidades de ação independente. Agir independentemente é, para Vygotsky, agir de maneira auto-regulada, gerir seus desejos, escolher possibilidades de ação, agir conscientemente.
Durante muito tempo se pensou a pessoa com deficiência mental como alguém que dificilmente atingiria tal grau de complexidade psíquica. Partindo do pressuposto que seu desenvolvimento, por um lado, era igual ao das outras pessoas mas mais lento e que, por outro, se caracterizava pela limitação, os trabalhos dirigidos a essa clientela mantinham uma preocupação voltada ao treinamento de hábitos, adequação de condutas, instalação e manutenção de habilidades consideradas importantes para a vida. Acreditando na limitação, construía-se para esta pessoa um mundo que nela coubesse.
Vygotsky nos ensina a olhar a pessoa com deficiência mental de uma outra maneira: não mais como alguém que é menos, mas como alguém que é diferente. Partindo de uma base diferente (pois não se nega a diferença, a deficiência), a criança com deficiência mental desenvolve processos diferenciados para poder seguir no seu desenvolvimento cognitivo. Estes processos são chamados compensações: compensar é, para Vygotsky, encontrar uma outra forma de chegar ao mesmo resultado. Não importa, esclarece o autor, o caminho seguido, mas sim o resultado alcançado.
Partindo desta estrutura teórica, podemos pensar o trabalho da Terapia Ocupacional junto à pessoas com deficiência mental como um trabalho de construção de significados, através de ações sobre o mundo concreto, que propiciem a esta pessoa desenvolver-se em direção à independência. Não basta desenvolver a habilidade, é preciso que esta habilidade esteja encadeada em um contexto de significação que permita à pessoa com deficiência mental construir um raciocínio flexível, no sentido de fazer uso desta habilidade como instrumento de transformação e compreensão do mundo.
No campo da deficiência mental é muito comum observarmos em nossos clientes formas de ação que, na verdade, pouco têm de próprias, mas em grande parte, são ações externamente determinadas, fruto de anos de treinamento, de relacionamentos que se estruturam sobre a idéia da incapacidade e que, por isso mesmo, não permitem ao sujeito perceber-se em sua individualidade. A construção desta individualidade, entendida como consciência de si como indivíduo dentro de um contexto social, deve se configurar em um dos principais objetivos terapêuticos nos processo de atendimento à pessoa com deficiência mental
O terapeuta ocupacional analisa a ação da pessoa com deficiência mental e intervém, tendo como base uma interpretação do encadeamento, das inter-relações dos componentes desta ação (neuromotores, perceptivos, cognitivos, sócio-emocionais). Esta intervenção se constitui em um processo no qual mediadores instrumentais e simbólicos se complementam. É preciso ter em mente que a independência está aqui entendida como capacidade de auto-regulação. Assim, o processo terapêutico ocupacional configura-se em um caminho para a libertação possível da regulação externa, através da construção do sujeito como indivíduo, alguém que reconhece suas necessidades, desejos, possibilidades e, fazendo uso desta consciência, age.
Retomando a discussão realizada sobre integração/ inclusão social, podemos afirmar que a Terapia Ocupacional tem aqui um papel primordial. Sua ação não se limita à intervenção junto à pessoa com deficiência mental mas, conforme os princípios inclusivistas, estende-se ao meio social ao qual pertence esta pessoa. Atuar como parceiro em processos de inclusão escolar, inclusão em creches, inclusão no ambiente de trabalho, em espaços comunitários, de lazer, etc., tem sido parte integrante, e muitas vezes central, no trabalho do terapeuta ocupacional junto a esta população.


PORQUE PROCURAR UM TERAPEUTA OCUPACIONAL?
O terapeuta ocupacional é o profissional que estuda e intervém na ação humana, no cotidiano. No trabalho com pessoas com deficiência mental sua intervenção se volta, justamente, para a construção da ação significativa, para a ação independente. É importante entender que independência é mais do que a capacidade de fazer sozinho: é a capacidade de decidir o que deseja fazer. Pensando especificamente na criança com deficiência mental, ela, muitas vezes, tem dificuldade de selecionar e discriminar estímulos do meio, de organiza-los de maneira que possam ser compreendidos e transformados em ações significativas. O terapeuta ocupacional trabalha construindo, com estas crianças (e com suas famílias), ações que a auxiliem a desenvolver uma compreensão sobre o mundo que a cerca. Analisando a deficiência mental a partir de uma concepção que aponta para uma dificuldade de saber como organizar seus pensamentos e ações em direção aos desejos (ou seja, sabendo o que quero, saber como atingir meus objetivos), na Terapia Ocupacional estimulamos o raciocínio da criança para a resolução de questões que envolvem o cotidiano. É importante lembrar que qualquer ação não se dá em um meio abstrato, mas envolve um corpo concreto, que precisa ter uma estrutura que dê suporte e permita a ação. Assim, o terapeuta ocupacional trabalha a motricidade, entendida como uma manifestação do desejo de estar e atuar no mundo. Desenvolve, portanto, ações específicas que visem ao desenvolvimento da motricidade a partir da (ou estimulando a) ação intencional, através de atividades que promovam situações concreta e simbolicamente mediadas. Faz uso de conhecimentos sobre o desenvolvimento infantil e sobre a deficiência de maneira geral, assim como de técnicas de manipulação e abordagem terapêutica para estabelecer um processo terapêutico baseado na tríade terapeuta-criança/família-atividade, no qual cada um dos integrantes assume o papel de agente/transformador. O trabalho com a família é parte integrante do processo terapêutico, objetivando favorecer a construção de um olhar sobre a criança, que perceba suas diferenças mas, ao mesmo tempo, valorize e estimule suas produções. O terapeuta faz-se parceiro da família no acompanhamento do processo de desenvolvimento da criança, estabelecendo uma relação de confiança que permita a abordagem do cotidiano familiar e, mais especificamente, do lugar da criança nesse cotidiano.


Referências Bibliográficas

BARTALOTTI, Celina C. A concepção de Educação Especial de Terapeutas Ocupacionais e suas implicações na Prática Profissional. Dissertação de Mestrado em Psicologia da Educação. PUC/SP, 1995.
VYGOTSKY, Lev S. A Formação Social da Mente. São Paul
o, Martins Fontes, 1991.

ESTE TEXTO É TRANSCRIÇÃO DE PARTE DO ARTIGO: A Terapia Ocupacional e a atenção à pessoa com deficiência mental, de Celina Camargo Bartalotti, publicado na revista O Mundo da Saúde, ano 25, v.25 n.4, out/dez 2001, editora do Centro Universitário São Camilo

quarta-feira, 23 de março de 2011

A Terapia Ocupacional é caracterizada pelo tratamento através de atividades. Estas sendo aplicadas de maneira direta ou indireta, física ou mental, ativa ou passiva, preventiva, corretiva ou adaptativa. As mesmas são relacionadas às necessidades terapêuticas, pessoais, sociais e culturais do cliente, refletindo os fatores ambientais que influenciam sua vida.
Terapeutas Ocupacionais trabalham com déficits físicos, mentais (transtornos psíquicos e cognitivos) e sociais; ou seja, com tudo que dificulte ou ameace a funcionalidade do homem (criança, adulto ou idoso), para que este não seja excluído da sociedade, ou seja, a Terapia Ocupacional é o tratamento das condições físicas, mentais e sociais, através de atividades específicas para ajudar as pessoas a alcançarem seu nível máximo de funcionalidade e independência.
As áreas de desenvolvimento desta profissão são vastas, pois a incapacidade funcional pode e é causada por vários fatores (congênitos, stress, traumas físicos, psíquicos e neurológicos, dentre outros). Daí a importância do Terapeuta Ocupacional em creches, escolas regulares e especiais, hospitais psiquiátricos, hospitais clínicos e cirúrgicos, fábricas, empresas, centros de dependentes químicos, centros de recuperação social, centros de recuperação nutricional, asilos, albergues, consultórios, etc.
Resumindo: O profissional de Terapia Ocupacional busca recuperar a função humana, elevar o perfil das ações motoras e mentais, reabilitar através das atividades, promover o indivíduo na esfera biopsicosocial, ou seja, recuperar o homem em sua totalidade. Portanto, deve ser aplicada onde houver limitação funcional, seja de caráter físico, mental ou social.

URDV - UNIDADE PARA REABILITAÇÃO DE DEFICIENTES VISUAIS

Minha experiência com deficientes visuais foi uma das mais magníficas, pois eles podem desenvolver muito, são pessoas com características que muito o homem exclui , mas são pessoas como nós e que tem capacidades de escrever o nome deles em tinta e ler em brille, não tem nada que os desabone de estarem no mercado de trabalho, e sim o mercado de trabalho que não esta preparado para recebe-los, isso sim é verdade, é mais fácil dizer que não são capazes do que mudar a postura de empresas e empresários.
O mercado e o Brasil precisa de mudança de verdade, não esconder os desafios e sim enfrentá-los.
Querem um Brasil como uma das potências mundiais comecem pela educação e saúde, mudando radicalmente este começo ai sim podem começar a mudança deste país.