sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

HISTÓRIA ANATOMIA EM TERAPIA OCUPACIONAL E EQUIPE

A Anatomia, suas características, aplicações e subdivisões
O termo anatomia (do grego anatémnein, "dissecar"), é atribuído tradicionalmente a um dos discípulos de Aristóteles, Teofrasto, que no século IV a.C. realizou as primeiras experiências para o conhecimento dos componentes isolados dos seres vivos. A anatomia é o ramo da medicina que estuda, macro e microscopicamente, a constituição e o desenvolvimento dos seres organizados. Ela analisa, em termos descritivos, cada um dos diferentes níveis de organização dos vegetais, dos animais e do ser humano.
Subdivisões. Os componentes da matéria viva ordenam-se hierarquicamente. Assim, distinguem-se, em ordem ascendente, as organizações subcelulares, celulares, histológicas (de tecidos), orgânicas, de sistemas etc. Essa classificação, baseada no nível de organização da matéria viva, permite distinguir as três categorias de organismos que justificam a divisão da anatomia em vegetal, animal e humana. Considerando-se as várias perspectivas de investigação, tem-se diversas subdivisões de caráter didático, as mais importantes das quais são enumeradas a seguir.
A anatomia geral, ou descritiva, ocupa-se de isolar e descrever, pormenorizadamente, cada um dos componentes dos distintos sistemas anatômicos: raízes, caule, folhas e aparelho reprodutor, nos vegetais, e aparelho digestivo, respiratório, neuromuscular, genital etc., na área animal e humana. A anatomia topográfica estuda os órgãos e sistemas que compõem uma determinada parte do corpo. Já foram elaboradas, por exemplo, detalhadas análises anatomotopográficas da cabeça, do pescoço, da região abdominal e dos membros inferiores e superiores.
A principal área de aplicação desse ramo da anatomia é a cirurgia. A anatomia patológica estuda as modificações por que passam as células, tecidos e órgãos em decorrência dos diferentes processos suscetíveis de tratamento: doenças, defeitos congênitos ou traumatismos. Esse ramo da anatomia desenvolveu-se, sobretudo, com base em autópsias. No entanto, o progresso dos métodos de observação e das técnicas de anestesia tem contribuído para que os dados fornecidos por autópsias sejam complementados por exames em seres vivos (as biópsias).
Por fim, a anatomia comparada ocupa-se do estudo dos aspectos que permitem distinguir as diversas espécies animais ou vegetais, a partir de critérios puramente morfológicos. Seus resultados possibilitam definir as unidades que constituem o reino vegetal e o animal, e proporcionam o fundamento da taxonomia, ciência da classificação dos organismos vivos. Nesse domínio, intervêm ainda inúmeros aspectos descritivos relacionados com os restos fósseis e com as características embriológicas de cada espécie.
Dados históricos A ciência da anatomia desenvolveu-se muito lentamente. Sua história pode ser dividida em quatro períodos: (1) até a dissecção científica por Vesalius (1543); (2) até o advento da fisiologia científica com William Harvey (1628); (3) até a demonstração da unidade da vida por Charles Darwin (1859); (4) depois de Darwin.
Da antiguidade ao Renascimento. Foram os filósofos da antiguidade que, ao mesmo tempo que exerciam a "arte de curar", começaram a esboçar o estudo da anatomia. Não podendo utilizar o corpo humano para satisfazer sua curiosidade científica, visto que tal procedimento constituía então profanação religiosa, limitavam-se ao estudo das carcaças de animais domésticos e de macacos, neste último caso por serem esses animais os mais parecidos com o homem. Apesar do pouco valor científico de tais observações e descrições, tiveram o mérito de ser as primeiras a orientar de maneira científica o estudo da anatomia. Os embalsamadores chegaram a aprender alguma coisa de anatomia ao preparar as múmias, e os cirurgiões, ao tratarem os ferimentos. O papiro de Edwin Smith (3000-2500 a.C.) contém alguns dados sobre a anatomia da cabeça e do cérebro. Já o papiro de Ebers (1600 a.C.) contém maior quantidade de informações. Alguns trabalhos de anatomia foram atribuídos a Hipócrates, mas não há informação de que ele ou Aristóteles houvessem dissecado o corpo humano. Ambos imaginavam que o coração era a sede do intelecto.

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