segunda-feira, 14 de novembro de 2011


Dificuldade de aprendizagem: A Dislexia em questão
Maria Ranilda Duarte Rodrigues[1]
Samara Izabel Dantas de Oliveira
Resumo
Esta pesquisa tem como objetivo trabalhar com a dislexia, apresentando seu conceito, sua classificação como forma de auxiliar os professores e a família, facilitando o diagnóstico e entendimento desse distúrbio de aprendizagem que afeta no Brasil, cerca de 40% das crianças em séries iniciais de alfabetização, e, em países mais desenvolvidos, a porcentagem diminui 20% em relação ao número total de crianças também em séries iniciais. Diante disso, a importância do conhecimento sobre essa dificuldade de aprendizagem, para que a escola, os professores, juntamente com a família possam trabalhar este aluno de maneira "distinta", para fazer com que este consiga amenizar esse distúrbio de aprendizagem, possibilitando o desenvolvimento de sua capacidade intelectual, respeitando seus limites e valorizando seu potencial.

Palavras-chave: Educação, dislexia, dificuldade de aprendizagem.
Abstract
This research has as objective to work with the dislexia, being presented its concept, its classification as form of assisting the professors and the family facilitating the diagnosis and agreement of this riot of learning that affects in Brazil, about 40% of the children in initial series of alfabetização, and, in developed countries more, the percentage also diminishes 20% in relation to the total number of children in initial series. Ahead of this, the importance of the knowledge on this difficulty the learning to help in the process of socialization with the too much colleagues, as well as to make possible the development of its intellectual capacity, respecting its limits and valuing its potential.
Keywords: Education, dislexia, difficulty of learning.
Introdução
Dentre as dificuldades de aprendizagem, encontra-se com maior recorrência a dificuldade denominada dislexia, para caracterizar as pessoas que apresentam limitações no tocante à leitura e à escrita. A dislexia é um transtorno genético e hereditário presente em aproximadamente 10% da população mundial.
Historicamente, a dislexia foi identificada pela primeira vez por BERKLAN em 1881. O termo 'dislexia' foi cunhado em 1887 por Rudolf Berlin, um oftalmologista de Stuttgart, Alemanha.  Ele usou o termo para se referir a um jovem que apresentava grande dificuldade no aprendizado da leitura e escrita, ao mesmo tempo, em que apresentava habilidades intelectuais normais em todos os outros aspectos (WIKIPÉDIA, 2010).
Em 1896, W. Pringle Morgan, um físico britânico de Seaford, na Inglaterra, publicou uma descrição de uma desordem específica de aprendizado na leitura no British Medical Journal, intitulado "Congenital Word Blindness". O artigo descreve o caso de um menino de 14 anos de idade que não havia aprendido a ler, demonstrando, contudo, inteligência normal e que realizava todas as atividades comuns de uma criança dessa idade (WIKIPÉDIA, 2010).
Durante as décadas de 1890 e início de 1900, James Hinshelwood, oftalmologista escocês, publicou uma série de artigos nos jornais médicos descrevendo casos similares (WIKIPÉDIA, 2010).
Um dos pesquisadores principais a estudar a dislexia foi Samuel T. Orton, um neurologista que trabalhou inicialmente em vítimas de traumatismos. Em 1925, Orton conheceu o caso de um menino que não conseguia ler e que apresentava sintomas parecidos aos de algumas vítimas de traumatismo. Orton estudou as dificuldades de leitura e concluiu que havia uma síndrome não correlacionada a traumatismos neurológicos que provocava a dificuldade no aprendizado da leitura. Orton chamou essa condição por strephosymbolia (com o significado de 'símbolos trocados') para descrever sua teoria a respeito de indivíduos com dislexia. Orton observou também que a dificuldade em leitura, aparentemente, não estava correlacionada com dificuldades estritamente visuais. Ele acreditava que essa condição era causada por uma falha na lateralização do cérebro. A hipótese, referente à especialização dos hemisférios cerebrais de Orton, foi alvo de novos estudos póstumos na década de 1980 e 1990, estabelecendo que o lado esquerdo do planum temporale, uma região cerebral associada ao processamento da linguagem é fisicamente maior que a região direita nos cérebros de pessoas não disléxicas; nas pessoas disléxicas, contudo, essas regiões são simétricas ou mesmo ligeiramente maior no lado direito do cérebro (WIKIPÉDIA, 2010).

domingo, 7 de agosto de 2011

1.3 A EQUOTERAPIA NO BRASIL



A partir da década de 1970, é possível encontrar referências dos primeiros estudiosos que iniciaram a busca pelos conhecimentos relacionados à utilização do cavalo como recurso terapêutico e que iniciaram essa prática no Brasil. Pode-se destacar o grupo que hoje compõe a
ANDE - Brasil (Associação Nacional de Equoterapia- Brasilia) e Gabriele Brigitte Walter.
Gabriele Walter, fisioterapeuta, equitadora e psicóloga, contribuiu muito para a introdução da equoterapia no Brasil, participou dos congressos de normatização da equoterapia acontecidos na Europa entre 1968 e 1982 e montou no Brasil um centro de pesquisas e ensino. Na década de 80 iniciou-se a divulgação desse projeto por meio de palestras, e em 1988 foi realizada a primeira viagem à Europa em busca de conhecimento para uma futura estruturação da atividade no país.
Em 1989 foram criadas a ANDE - Brasil ( Associação Nacional de Equoterapia) e a palavra equoterapia (registrada na INPI - Instituto Nacional de Propriedade Industrial)  para caracterizar todas as práticas que utilizam o cavalo como técnica de equitação e atividades equestres, objetivando a reabilitação e/ou a educação de pessoas com deficiência. Em 1997, a equoterapia foi reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina.
Assim, no Brasil, a prática da equoterapia existe há 30 anos, sob influência do modelo europeu.     
(S. Cavalcanti Aparecida Valéria Calil Cordeiro e Fernando S. Cavalcanti, cap 53, Terapia Ocupacional fundamentação e prática, 2007).
A equoterapia é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdiciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas portadoras de deficiência e/ou necessidades especiais (Ande- Brasil, 1999 p.33).

1.2. ATIVIDADES LÚDICAS

As atividades das crianças são essencialmente lúdicas e têm como função primordial a descoberta do mundo que rodeia, promovendo o seu desenvolvimento.
O cavalo e seu ambiente podem constituir um contexto lúdico para as crianças na medida em que é formado o vínculo afetivo e há motivação na realização dessa atividade, podendo ser uma oportunidade de descobertas por meio de atividades diretas.
O ambiente em que o cavalo vive de um modo geral é bem diferente do habitual de uma clínica de reabilitação, podendo ser constituídos por árvores com frutos e flores, animais, insetos, lagos, pontes e campos, compondo um cenário harmônico e interessante, que pode constituir em um objeto lúdico que leva a criança para um mundo de magia e sonho.
Considerando o interesse por coisas novas, o ambiente do cavalo é muito propício para essas atividades, como o passeio às baias (casa do cavalo), à "floresta", ao lago, ao campo, constituindo-se em um movimento muito divertido.
O contato com o cavalo também é uma oportunidade para a criança brincar diretamente com a crina do animal, colocando prendedores, fitas, ligas, passando gel, spray de tinta.
As atividades lúdicas também podem ser realizadas em grupo, como jogar bola, jogar bola no cesto, colocar argolas nos cones, contar histórias, cantar, dançar, favorecendo a socialização.
Inúmeras denominações são usadas na Europa. Na França é referida como equoterapie e equitation thérapeutique, na Inglaterra e nos países de língua inglesa ou de grande influência inglesa, usa-se o termo equitação para deficientes, e na Itália, terapia por meio do cavalo.
No Brasil, o termo utilizado é equoterapia, e tem crescido nos centros urbanos e rurais, sendo suas atividades mais comumente realizadas em centros ; a atuação no âmbito hospitalar ainda é rara.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Página 18. Continuação TCC!!!

Uma série de materiais adaptados é sugerida para uso na equoterapia, como a manta-gel, que tem como função proporcionar instabilidade e aumento do estímulo sensitivo, devido à sua espessura fina. A cilha alta com dois estribos ofecere apoio, estabilidade e segurança ao praticante e ao terapeuta e, também diversificação de posicionamentos. A rédea adaptada tem como função a condução do cavalo para praticantes com dificuldades de preensão.
As atividades realizadas no contexto equoterápico devem ser planejadas simples com poucas etapas e adequadas às necessidades dos praticantes. É importante também que os materiais estejam dispostos facilmente para permitir melhor adequação do grupo e dos profissionais à atividade proposta.
O material mais adequado é o plástico e seus derivados, pois oferecem boa resistência e são facilmente laváveis. O ideal é que sejam objetos leves, para facilitar o manuseio e não oferecer risco de machucar a criança, o terapeuta e o cavalo.
Objetos muito pequenos que exijam uma habilidade muito refinada do praticante devem ser evitados, pois a instabilidade da postura proporcionada pelo movimento do cavalo mesmo quando ele está parado torna o manuseio difícil. Os objetos de tamanho médio, desde que tenham uma área para preensão, também podem ser utilizados,pois permitem atividades motoras amplas.
Atividades que exijam uma base de apoio estável para serem realizadas, como, por exemplo, massa de modelar, pintura, colagem, não são indicadas nesse contexto, pois a base móvel do cavalo não oferece estrutura para sua realização.
Materiais que fazem barulho (dependendo do tipo) podem assustar o cavalo. O equitador e o terapeuta ocupacional devem solucionar os materiais mais adequados para serem utilizados nesse contexto.
Todo material utilizado durante a sessão de equoterapia deve ser apresentado ao cavalo através do contexto com sua pele ou colocado próximo às suas narinas, para que ele possa cheirar e fazer o seu reconhecimento, evitando assim que se assuste ou considere a aproximação do objeto uma situação de perigo. Trombly (2007).

domingo, 31 de julho de 2011

Continuação 1.1

O contexto equoterápico é motivador, desafiador para o indivíduo desenvolver suas habilidades de modo harmonioso. Trombly (2007, p.3) ressalta um dos princípios do modelo ocupacional funcional (MOF): "as pessoas esforçam-se para alcançar sentimentos de satisfação, definidos como sentimentos de eficiência pessoal e auto-estima".
Assim, como um contexto instigante e considerado que o individuo apresenta motivação intrínseca para alcançar sentimentos de satisfação, há uma grande possibilidade para desenvolvimento de diversas habilidades.
As atividades são tarefas com objetivos definidos que exigem habilidades e recursos para atender às necessidades pessoais e sociais. É importante compreender o máximo possível uma atividade, incluindo as habilidades específicas necessárias para realizá-la de forma competente e sua relação no mundo geral.
A graduação da atividade refere-se ao aumento ou diminuição sequencial das etapas de uma atividade com o passar do tempo, tendo como objetivo estimular a melhora da função. A graduação também poderá ser realizada em função do material, partindo de um grau menor de dificuldade para um maior em relação à prensão por exemplo.
Na equoterapia, a graduação das atividades cotidianas do cavalo e dos materiais é adequada, pois é um processo gradativo que favorece um progresso para a aquisição da função. O praticante adquire a capacidade de cuidar do animal de grande porte, favorecendo a sua indepêndencia e auto- estima.
A adaptação das atividades é o processo de modificá-las para torná-las mais fáceis fisicamente, cognitivamente ou sob outros aspectos e promover a função. A adaptação dos materiais utilizados as atividades periódicas do cavalo (escova, rasqueadeira, pente para crina) é apenas sugerida para situações em que realmente o praticante apresenta muita dificuldade para realizar um determinada tarefa. É importante que essas adaptações permitam a funcionalidade, mas também que não diferenciem tanto esses materiais utilizados no cotidiano do cavalo.
Na equoterapia, é fundamental também a adaptação dos arreios ( manta, sela, alça, rédeas e estribo), para proporcionar a melhor postura possível da criança no dorso do cavalo ou para ser trabalhado um objetivo específico.

1.1 A Terapia Ocupacional No Contexto Equoterápico

Em 1890, Gustavo Zander, fisiatra e mecanoterapeuta sueco, quantificou as vibrações necessárias,180 oscilações por minuto, para estimular o sistema nervoso simpático, o que 100 anos depois foi associado às vibrações produzidas sobre o dorso do cavalo pelo médico alemão Detlevev Rieder, (Uzun, Ana Luisa de Lara APUD DEUSCHES KURATORIUM, 1998, p.6).

Durante as sessões de equoterapia , são realizadas pelo terapeuta ocupacional atividades programadas de acordo com os objetivos determinado no plano de tratamento de cada praticante.
Os materias e as atividades utilizadas nesse contexto, se necessário, após selecionados, são graduados e/ou adaptados para adequar-se ao máximo às necessidades do praticante ao contexto. Criam-se condições específicas para atuação do indivíduo como ser ativo que é.
É importante destacar que a seleção, a graduação e adaptação das atividades são aspectos essenciais na prática da terapia ocupacional. Contudo para essa intervenção, é fundamental que o terapeuta realize a análise das atividades e compreenda os componentes de desempenho necessários para realizá-los e os significados culturais tipicamente atribuídos a elas.
A terapia ocupacional tem a premissa de que o indivíduo é um ser ativo, que desenvolve influenciado por atividades com objetivos específicos.
Montar a cavalo e andar ao passo já constituem uma atividade que demanda o desenvolvimento de habilidades e requer do praticante o exercício de sua natureza ativa.É uma nova competência que pode gerar satisfação e prazer.
O praticante poderá também desenvolver habilidades específicas mais refinadas e responder até à demanda de dominar um animal, desenvolvendo uma nova competência que fortalecerá a sua auto-estima. Assim, estará participando de uma ocupação prazerosa, que promove a realização pessoal, desempenhando o papel de esportista.
Uma vez que os papéis são padrões de comportamento, são, portanto, socialmente esperados associados ao status individual numa sociedade em particular.
Na equoterapia, o praticante desempenha o papel de esportista e realiza uma série de tarefas: andar ao passo, trotar, galopar, saltar, para realizá-las, necessita desenvolver habilidades específicas. Trombly (2007).

sábado, 30 de julho de 2011

O Terapeuta Ocupacional, o sujeito e a Equoterapia: traçando seu caminho histórico

Cabe ao terapeuta ocupacional considerar os diversos fatores e organizar atividades específicas dentro do contexto buscando facilitar ao praticante o melhor desempenho de suas funções. Pode usar adaptações para melhorar a postura a ser trabalhada.
Desde a antiguidade, na Grécia relatos de nomes importantes na história da medicina como Hipócrates e Asclepídes faziam referências ao uso do cavalo para promover o bem - estar, melhorar e prevenir diversas doenças. Nessa época, considerava-se o movimento do cavalo bom para o indivíduo, fisicamente e mentalmente. Hipócrates destaca a melhora do tônus muscular como uma importante função da equitação.
Estudiosos da Europa continuam por anos dando desenvolvimento ao pensamento da cultura grega, e em 1747 Samuel Quelmaz, um médico alemão, fez referências ao movimento tridimensional do cavalo e criou uma forma artificial de reproduzir o seu movimento.
Em 1782 Joseph Tissot estudou o efeito das diferentes formas de andar do cavalo, confirmando os seus efeitos positivos e identificando o passo como o de maior função terapêutica. Foi também o primeiro a falar sobre as contra- indicações da prática exessiva da equitação.